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[…] as cartas são como lacrados silêncios grávidos de palavras e carregados de mundo. Eu fazia futuros quando escrevia, e ao recebê-las dava luz ao passado do outro em minhas mãos. Sentia a responsabilidade de um profeta, alfabetizado para colocar nos papéis as andorinhas. E é certamente um ritual pagão antigo, este de respeitarmos o tempo; a arte do refinamento das promessas e das esperanças.
Coisa que perdemos atualmente.
Guilherme Antunes