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casal

Embalsa-me, terna fluidez de tua voz
Lançando à lua um vil surdino suspiro
Se as palavras forem de mim então algoz
Banhar-te-á leve no sangue qual as atiro

Nascimento perjura, firme pele atroz
Jaz amálgama da treva e da luz, retiro
Brasão inflama, frígido semblante veroz
Bebendo a morte nestes beijos quais prefiro

Entregar-me-ei como qualquer corpo vencido
Pedindo somente farto descanso perdido
Temendo ainda novos mares da ventura

Por amor não foi o que em meu peito nu cravaras,
Terníssimo anjo desta minha amargura?
Voas no livre céu em carnes febris  da tara

Ítalo Oliveira